domingo, 17 de maio de 2015

Fato consumido


Fascínio fagulhas e fantasias

fatos podres no cano entupido da pia


Os fatos de peixes

e o gato que espia



Astúcia e arte manha 

violência tamanha 
 

Deitado sobre um tapete 

no meio de um palacete 

não sai pra pescaria 

nem debaixo de cacete 
 
 
E pode falar mal do bechano 

no gato atira o pau 

pode até estourar o cano 

 
É malandro cadeado 

ganha tudo no meado 

 

O petisco é enlatado 

e o fato é consumido.

SEDE AO PÓDIO


Não te assuste

se um poeta abri a boca

para te cantar e não sair nada


  Tome cuidado 

ele pode te surpreender 

com uma canetada

                                           
  Não te assuste
 
e não vá desanimar

as coisas podem ainda piorar

 
A caneta pode estourar!

E isso poderia te afogar 
 
em afagos de palavras


E no emaranhado das palavras

em meio ao borrão 

da tinta espalhada

você não entenderia nada


E no final de tudo 

eu mesmo não entendo um terço!


E vejo a mão que balança o berço

a mesma a me mostrar

que na multidão das palavras

a tropeço

ao tentar te impressionar

Então me sinto pequeno


e por um instante

Me vejo no berço



com água na boca

O teu seio a desejar.

Barato doido


Barato doido

barato gordo


O barato no sapato
no sapatinho

O barato como a pedra no caminho


O barato quase sempre sai caro

o barato é ordinário!

 
O barato enrustido

 
O barato do vestido de mainha

O barato perde a linha

 
 
O barato no armário 
 
ta crescendo e tem ovário

temo a proliferação


Não se esconde mais no armário

o lendário Ricardão.