segunda-feira, 14 de maio de 2012

O melhor do amor é o tempero


Me encontro em um bar 
próximo a um ponto de ônibus
jogando bilhar

Quando de repente passa por min
a mulher amada
sem se quer me ver e sem dizer nada

Então o coração bate forte!

 Logo sou capaz de abandonar a partida
e com passos longos tento lhe acompanha

Elá sobe uma escada e entra em seu lar


E eu a lhe acompanhar

Como um passe de magica
ela estar a cozinhar

O cheiro do tempero
tá de matar cachorro a grito


Eu a comprimento
com uma cara de sofrimento
e vou para a sacada
 sem saber como explicar
a visita inesperada

O cheiro me anima
só que isso dura pouco
e logo se aproxima da minha amada
um outro louco

Ele a cumprimenta
e em sua casa entra

Eu fico meio sem chão
e de quebrada


A comida esta preparada.

Me aproximo e vejo dois pratos posto
um belo de dar gosto!

Etão pergunto qual é o meu?

Ela pega dois pratos e entra
eu vejo o que me resta sobre o fogão
arroz e feijão e um bife do olhão
esperando que eu o frite

Raspo o tacho e me alimento
maior que a fome
é o meu indigesto sofrimento

Só que com a dor 
ganha a mente o amadurecimento.





O que me resta


A minha casa não tem teto
o que me resta é só o chão

E eu não posso querer rede
se a casa não tem parede

A minha banda 
não tinha nome

Eu fui tocar pelo mundão
chegando lá em Moscou
eu encontrei a solução

É Betoneira pelo mundo
e a massa pronta é do sertão
é Betoneira em Brasilia
animando o São João

Aqui tem canjica quente
tem pipoca e tem quentão

E se tem forró com a gente 
tem amor no coração

Ta cheio de mulher bonita
dando sopa no salão

Enquanto a massa pronta toca
tem cabra passando a mão. 

Forró do diferente


Eu sou todo diferente viu 
eu sou diferente sim

Se é pra dentro eu sou pra fora
sou chutado pela bola

Eu nunca vi ninguém assim!

Se os outros vão a feira
eu não
a feira que vem a min

Eu crio um porco na gaiola
no lugar do passarinho

A minha Mãe é uma loira
e o meu Pai é um Alemão

Eu sou meia noite e meia
da cor da escuridão

Eu sei que tem, mistura errada moço
na massa desse pão

Eu sou todo diferente viu
eu sou diferente sim!

Boto o burro na cangalha
vou na missa e faço farra

E no forró eu rezo assim

Pai nosso que esta na terra
o santo tá na parede
quebrou os punho da cama
o travesseiro da rede

Canto com a boca fechada
pra sair da solidão

Só entrei na lei de crente
pra chamar branco de irmão.




sábado, 12 de maio de 2012

Violência


Por causa da violência
a boemia abriu falência

Velho malandro no ouro
de boné de couro
já não se ver mais

A vida não anda pra frente
tá estagnada 
voltar não da mais

Mulher não escuta poesia
buzina de carro 
é quem fala mais alto

Moleque de ferro na pista
tá apavorando
tomando de assalto

Meu filho é quem cuida de min
trocou o meu revolver
por um cavaquinho

Moleque bom de capoeira
 me leva aos domingos
pra sambar na feira

E o pixote não vai a escola
trocou o seu lápis
por um papel

Experimentor
pois na linguá
sentiu o amargo
o gosto do fel

Caminho que não tem mais volta
e a sua vida tá toda torta

Caminho que não tem mais volta
e essa vida tá toda torta

Por causa da violência.









Xote do bloco


Faz bem
chame a atenção
com outro alguém 
que eu te vejo

Depois vem
e mate o meu ciumes
com um só beijo

De olhos abertos
não esconda esse desejo


Que é só de ti
que eu espero esse cortejo

Vamos sair para dançar
em uma noite de luar!

E só vamos nos encontrar
quando o bloco chegar

Então vamos acompanhar
pra ver no que vai dar


Até o dia clareá!

Aquele bloco
vai tocar
só contos de amor

Que é pra você
me asseitar do jeito
que eu sou

Ai então
vão conhecer
um verdadeiro amor

Que foi você 
quem conquistou.

Um carvão


Como escrever com um carvão
sem sujar as mãos

Como escrever sem alfabetização?

É ter vontade de escrever
e não ter condição

Então só me resta
pegar um carvão
rascunhar o cão
ou o portão

Ou até quem sabe!

As paredes de uma prisão. 

Foi mal


Foi mal
Te deitar no meu chão
por não ter um colchão

Tu comedo das brechas do meu barração

Foi mal se na hora do almoço foi arroz com feijão
pra falar a verdade
tu bateu um bolão!

O meu tempero é bom
dez da cama a mesa
até a sobre mesa

Tu deito e rolo
acabo-se a tristeza

Foi mal 
conhecer os seus pais
e causar confusão

discutiram a minha cor
fizeram um barulhão

Somos inclassificáveis
não tem discussão 

Somos uma só raça 
uma só nação

Foi mal
tá na cara
nas mãos 
tá nos meus pés no chão

Foi mal
por te ignorar
pra evitar a tristeza

Se a sua beleza
não se põe a mesa

Foi mal
se na sua boca eu era o prato principal
se falasse o meu nome 
seu pai matava a pau!

Foi mal 
por te abandonar
com um poema nas mãos

Se no verso
me expresso
sem ter discussão. 










A busca


O que busco no outro
É o que em min não encontro
O que vejo nos contos.

Ai de ti


Ai de ti no teu castelo
sem teu príncipe tão belo

Ai de ti na tua mansão
a de morre de solidão sem o toque das minhas mãos 

Ai de ti
 neste embaralhado mundo material
a onde todos me tratam mal
só por ser um poeta sem rumo

Pois isso, eu também assumo!

Sem poesia publicada a colheita não é nada
só uma folha rabiscada

E vivendo na estrada
mesmo sem herda nada
chapado de cogumelos

penso em você no seu castelo
e sigo a estrada de tijolos amarelos
e penso no teu sorriso
que esta em tudo que a de mais belo

Eu o vejo 
na chuva e na brisa 

Ou melhor!

No sorriso da Monalisa. 



Presente de um amigo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Amores do sertão


Vinha caminhando pela estrada
arrastando minha inchada
cheio de calo nas mãos

Fui chegando perto do açude
ai meu Deus, quem me acude?
palpitor meu coração

Avistei a mulher que eu amava
tava ali tomando banho
eu fui molhando a cabeça 

Ela esfregando o seus pés
eu sem nem um conto de réis
já pensando em casamento

Ela é proibida para min
pois sou preto e sou pobre
e por isso eu só lamento

O sistema aqui ele é cruel 
é filha de coronel 
isso me custa a cabeça

Pobre coração velho bandido
se ela sorri pra min 
eu enfrento esse perigo

Fui chegando perto da amada
ela já dando rizadas
disse não se meta a besta

Cochichei baixinho em seu ouvido
porque não foge comigo?
antes que o pai apareça

Ela respondeu, cabra atrevido!
pra você fugir comigo
tens que ser um bom bandido

Eu já roubei de ti o coração
agora agarra a minha mão
vamos embora do sertão

Vamos conhecer uma primavera
em algum lugar florido
e viver esse amor bandido

Vamos juntos no meu barco á vela
e viver essa novela
de amores do sertão.

Cerco fechado


Carol 
mesmo que não seja a Carol Caroline
que seja simplesmente Carol

Lançarei sobre ti a minha isca
e com ela o meu anzol

E se for preciso a rede

não quero ter que pegar-ti pelo pé
e sim pelo coração

E quando te prender ao meu anzol
te colocarei contra a parede

E se fugir tu cai na rede!

Mesmo que venhas a fugir da rede
e corra derrubando a parede
não vai conseguir fugir

Porque tens no coração o meu anzol

E se tentar tirar do peito
e se não tirar direito

Magoaras em fim seu peito
ai sim!

Saberei que te peguei de jeito.



Crista baixa


Se eu pudesse expressar o que sinto
Sinto-me um frango
ou menor
um pinto

O mais fraco dos galinhas 


Ai de min e das minhas peninhas
 se eu não me exaltar de novo


Voltarei a ser um ovo
e acabarei na boca do povo.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tião


Sou poeta do gueto
sou filho de um preto chamado Sebastião

Porem o seu nome não é divulgado na televisão
porque que não é, vou dizer!

Porque é nome de fresco
é nome de pobre
é nome de chimpanzee 

O cabra com um nome deste
não arruma nem mulher

Eita nome chulé
Sebastião.

Feridas


Em cada encontro da vida
 surge uma nova ferida
 feita por paixões mal vividas

Porque nos feres ó vida?
porque tentas me enlouque-ser? 

Porque descasco as feridas? 
 mesmo sem perceber
sempre que penso em você.

Lagrimas


Se as lagrimas que derramo por ti
regacem a minha esperança

Renasceria o nosso amor
e secaria o meu pranto
eu sairia dos cantos que vivo a chora 
E viveria 
somente para te amar.

Patéticamente raro


Patéticamente raro
sou eu, um boêmio 
comedo da violência noturna
gozando a vida no claro

Patéticamente raro
sou eu, um trabalhador
 com as mão sem vertigens de calos

Patéticamente raro 
sou eu, um poeta
verdadeiro amante
sozinho neste instante

Patéticamente raro
sou eu, a arte
fazendo a minha parte. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tattoo

Tatuar é igual a trair
Depois de começar 
é difícil parar
E diante da dor 
Você promete pra si mesmo
que é a ultima vez.


Top model

Ao te ver
Luz camera e ação!

tum tum, tum tum 
era o meu coração

luz na passarela
era dos olhos dela

O tapete no qual ela desfilava
era minha pele
Eu sentia cada passo seu em min

Entre idas e voltas

queria que o desfile não tivesse mais fim.

Um quebra cabeça


Ísis 
Não existirei como poeta 
se não fizer pra você um verso

Só uma coisa te peso
bem mais que a sua atenção

peso a ti um abraço
que me desfasa em pedaços

em seguida apanhe os cacos e ponha sobre uma mesa
alguns refletirão como espelho e veras por parte a sua beleza 

que não é algo que se ponha em mesa

Junte-me os pedaços antes que eu enlouqueça 
faça isso como um quebra cabeça
só assim conhecerás cada parte de min
pedaço por pedaço
tin tin por tintim

Al fazer o que te peço
se veras por inteira ao meu lado

E veras um ser amado 
invés de se ver em cacos espatifados.



domingo, 6 de maio de 2012

Três pedidos









Sou passageiro em sua vida
Aproveite para ser feliz

Eu levo a vida bem do meu jeito
E só assim eu posso ser feliz


Sou como a luz no seu jardim
Eu sou o gênio na lâmpada de Aladim

Sou chuva na seca do sertão
e se tu és Maria eu sou lampião
eu sou o cara que não lhe deixa só no meio do forró

Pedi ai o que tu quer de min
Eu sou o gênio na lâmpada de Aladim
E pode crer eu to na sua mão
e se tu és Maria eu sou lampião

Sou mandacaru que mata a sua sede
na seca do sertão.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Etapa de Brasília do Latino-Americano de Motocross começa neste sábado 28/05/2011


No final do campeonato 
todo aquele barro vermelho retirado do cerrado
servira para cobrir aquele monte de merda feita pelos nossos políticos
Eu temo que o barro seja pouco 
pra tanta merda feita em apenas meio seculo!
Essa é uma boa maneira de esconder tanta podridão
porque debaixo do tapete não cabe mais!
Garanto que, se todo aquele barro que se encontra no momento em frente ao congresso nacional
for misturado com esse estrume politico que nos temos por debaixo dos panos
Se for mesmo misturado
vai dar um bom adubo
Quem sabe esse adubo seja capaz
de salvar a nossa floresta amazônia.

Liberdade


Não existe frio 
mais frio
que o frio do chão
de mármore gelado 
de uma prisão

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Meu trio de forró.


Se existe um Deus
e o mesmo não dança
eu vou parar de ir até as nuvens 
quando estiver dançando.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Um palavrão


NÃO CRITIQUE MEU VERSO
PORÉM O QUE EU PEÇO 
É SÓ COMPREENSÃO.


POIS SOU CAABRA DA PESTE
VIM LÁ DO NORDESTE
DO MEIO DO SERTÃO


A MINHA CULTURA É POUCO
POIS NÃO ABRO A MINHA BOCA
NO MEIO DO POVÃO


PORQUE QUANDO EU ABRIR
O QUE VAI SAIR


É UM PUTA D`UM PALAVRÃO!

De tudo faço





DE TUDO FAÇO
 PRA ENCONTRAR
 MEU GRANDE AMOR

VIM DE FOLIA
 FILHO DE FULEIRO
CARNAVAL QUE SOU

DE TUDO FAÇO
 DESDE UM CARNAVAL AO OUTRO
NUNCA PERCO O COMPASSO



E ME DISFARÇO
VISTO VÁRIAS FANTASIAS

FAÇO DE TUDO
 PRA ENCONTRAR
 MINHA ALEGRIA

E NO NATAL
 EU ME DISFARÇO DE VOVÔ

SOU BOM VELHINHO
PONHO VOCÊ NO COLINHO
PRA TE DAR O MEU AMOR


VOCÊ SE AFASTA

ARRANCANDO MINHA BARBA
VOCÊ ME DESMASCAROU

DE TUDO FAÇO
 DESDE UM CARNAVAL AO OUTRO
NUNCA PERCO O COMPASSO



NO ANO NOVO,
VISTO NOVA FANTASIA

FAÇO DE TUDO
 PRA ENCONTRAR
 MINHA ALEGRIA


É FEVEREIRO
PEITO CHIA
SINTO CHEIRO DE FOLIA

E VOU VESTINDO
 MINHA NOVA FANTASIA
DE BOTO- TUCUXI

QUE TÁ CHEGANDO
 O CORAÇÃO TÁ BATUCANDO

CARNAVAL CHEGOU.