quinta-feira, 10 de maio de 2012

Amores do sertão


Vinha caminhando pela estrada
arrastando minha inchada
cheio de calo nas mãos

Fui chegando perto do açude
ai meu Deus, quem me acude?
palpitor meu coração

Avistei a mulher que eu amava
tava ali tomando banho
eu fui molhando a cabeça 

Ela esfregando o seus pés
eu sem nem um conto de réis
já pensando em casamento

Ela é proibida para min
pois sou preto e sou pobre
e por isso eu só lamento

O sistema aqui ele é cruel 
é filha de coronel 
isso me custa a cabeça

Pobre coração velho bandido
se ela sorri pra min 
eu enfrento esse perigo

Fui chegando perto da amada
ela já dando rizadas
disse não se meta a besta

Cochichei baixinho em seu ouvido
porque não foge comigo?
antes que o pai apareça

Ela respondeu, cabra atrevido!
pra você fugir comigo
tens que ser um bom bandido

Eu já roubei de ti o coração
agora agarra a minha mão
vamos embora do sertão

Vamos conhecer uma primavera
em algum lugar florido
e viver esse amor bandido

Vamos juntos no meu barco á vela
e viver essa novela
de amores do sertão.

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